terça-feira, 19 de outubro de 2010

STF aprova pesquisas com células-tronco

Seis ministros do STF votaram a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias. Outros cinco sugeriram mudanças na Lei de Biossegurança. Cadeirantes e cientistas comemoraram a decisão ainda do lado de fora do prédio do Surpremo

30 Mai 2008
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem, em Brasília, as pesquisas com células-tronco embrionárias no País. O Supremo rejeitou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite a utilização, em laboratório, dessas células fertilizadas in vitro e sem terem sido utilizadas. Seis ministros do tribunal votaram a favor das pesquisas. Outros cinco sugeriram mudanças na lei.

Anteriormente, o voto do ministro Cezar Peluso havia sido contabilizado pelo Supremo como favorável à restrições às pesquisas. Mas, a informação foi retificada e o ministro classificado no grupo dos que julgaram pela liberação, sem restrições. A Adin foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que defende que o embrião pode ser considerado vida humana.

O STF não chegou a proibir as pesquisas com células-tronco embrionárias. Mas muitos pesquisadores ficaram receosos em continuar com os estudos, em razão do impasse jurídico. As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas das doenças mais mortais, porque podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, porque a maioria das técnicas implementadas nessa área exigem o sacrifício do embrião. Os ministros Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello votaram a favor desses estudos, mediante o que determina a lei.

De acordo com a norma, podem ser utilizados apenas os embriões usados congelados há três anos ou mais, mediante autorização do casal. O artigo veta a comercialização do material biológico. "Para pesquisa esses embriões são viáveis, mas não para a fecundação. Eles não serão introduzidos em corpo feminino. É embrião que conserva a potência para se diferenciar em outros tecidos, inclusive neurônios, o que nenhuma outra célula adulta parece deter" - afirmou o ministro Ayres Britto, relator da ação, no início do julgamento, em 5 de março.

Já os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluzo, Eros Grau e Gilmar Mendes pediram diferentes tipos de modificação na Lei de Biossegurança. "O embrião é, desde a fecundação, mais presentemente, desde a união dos núcleos do óvulo e do espermatozóide, um indivíduo, um representante da espécie humana, que terá a mesma carga genética de um feto, de uma criança, de um adulto, de um velho" - afirmou Direito.

A comemoração tomou conta do saguão do STF e da área defronte. Dez cadeirantes, todos sorrindo, juntaram-se a amigos e cientistas num abraço. Nesse momento, faltava apenas um voto a ser lido, o que deu segurança aos militantes.

Falando para um grupo de colegiais, Matheus Sathler, 24, que se apresentou como advogado da frente parlamentar evangélica e bateu boca com cadeirantes, disse que o resultado era um atraso: "Não se discute mais célula-tronco embrionária no mundo" - disse. (da Folhapress)


E-Mais

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota lamentando a aprovação das pesquisas com células-tronco embrionárias. Segundo a nota, a decisão do STF revela uma grande divergência sobre o assunto, o que mostra que alguns ministros têm a mesma posição do CNBB. "Não se trata de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana em qualquer circunstância", afirma a nota.

Ainda de acordo com a nota, o embrião é uma vida humano e tem direito a proteção do Estado. E a circunstância de estar in vitro ou no útero materno não diminui e nem aumenta esse direito. "É lamentável que o STF não tenha confirmado esse direito cristalino, permitindo que vidas humanas em estado embrionário sejam ceifadas". A CNBB afirma também que continuará seu trabalho em favor da vida, desde a concepção até a morte.

Células tronco contra a cegueira

Comprovada a eficácia do transplante de células-tronco para o tratamento de cegueira provocada por queimadura química ou por calor.

Sabe aquelas fotos de aparelhos de ginástica e fórmulas de dietas do tipo antes e depois? Pois a imagem acima mostra o resultado do tratamento com células-tronco no mesmo estilo. Antes e até cerca de seis anos depois. E é impressionante a evolução do estado dos olhos dos pacientes submetidos à terapia.

Pesquisadores da Universidade de Modena, na Itália, implantaram as células-tronco em 112 pessoas que tinham o olhos queimado e conseguiram recuperar totalmente a visão de 82 (76,6,%) deles (tiveram a visão restaura a um nível superior a 0,9, onde 1 é a visão perfeita). Mesmo nos outros 14 (13,1%) a visão foi parcialmente restabelecida.

O processo consiste em cultivar células-tronco do próprio paciente e as inserir entre a córnea e a esclera (parte opaca do olho) na região denominada limbo. A técnica já vem sendo empregada a mais de dez anos.



Depois das células enxertadas, a maior parte dos pacientes da Itália teve esperar entre 12 e 24 meses e passar por cirurgias na córnea para recuperá-la.

A maioria dos pacientes tratados tinha apenas um olho lesionado, o que possibilitou que as células pudessem ser retiradas do olho preservado. Nos casos em que ambos os olhos foram danificados por queimaduras, as células foram retiradas de uma parte não afetada do limbo



O pesquisadores se valiam do fato de que o limbo é uma fonte natural de células-tronco para a recuperação diária da córnea. Ocorre que, em caso de queimaduras, elas costumam se extinguirem, o que impossibilita a autorregeneração ocular, levando à cegueira parcial ou total.

Eles estavam extremamente felizes. Alguns diziam que era um milagre. Não foi um milagre. Foi simplesmente uma técnica.
Graziella Pellegrini. Um dos líderes da pesquisa do Centro de Medicina Regenerativa da Universidade de Modena


Nada de rejeição, tumores, ou cabelos nascendo no coração. É simplesmente emocionante a evolução desse forma de tratamento. Especialmente para os que possuem o problema.

Mas há de se ressaltar que é necessário haver células-tronco no limbo para se usar a técnica. Se a queimadura for extinguí-las em ambos os olhos não há como o procedimento ser conduzido.

A chave é saber se você pode encontrar uma população de células-tronco boa e expandi-la.
Dra. Sophie Deng. Especialista em córnea do Instituto de Olhos Jules Stein da UCLA
Dr. Sophie Deng, especialista em córnea da UCLA, disse que a maior vantagem da técnica dos médicos italiano é que eles foram capazes de expandir o número de células estaminais em laboratório. Esta técnica é menos invasiva do que tomar uma grande amostra de tecido do olho e reduz a chance de uma lesão ocular.

O estudo, feito com pacientes que passaram pelo procedimento entre 1998 e 2007, foi publicada no periódico "The New England Journal of Medicine".

Fonte: G1, CBS News

Cientistas criam células hepáticas a partir da pele

 

Estudo com células-tronco pluripotentes abre caminho para novos tratamento de doenças do fígado



Foto: Reuters
Células hepáticas doentes, como na foto, podem ser substituídas por células reprogramadas
Cientistas criaram pela primeira vez células hepáticas humanas a partir de células cutâneas reprogramadas, abrindo caminho para o possível desenvolvimento de novos tratamentos para doenças do fígado, que matam milhares de pessoas por ano.
Cientistas da Universidade de Cambridge divulgaram os resultados na quarta-feira na revista Journal of Clinical Investigation, e relataram também que conseguiram evitar as polêmicas éticas e políticas em torno das pesquisas com células-tronco embrionárias.
"Esta tecnologia contorna a necessidade de usar embriões humanos", disse Tamir Rashid, do laboratório de medicina regenerativa de Cambridge, coordenador do estudo. "As células que criamos eram tão boas quanto se estivéssemos usando células-tronco embrionárias."
As células-tronco são uma espécie de "manual de instruções" do organismo, capazes de dar origem a qualquer tipo de tecido, o que pode no futuro levar à cura de diversas lesões e doenças degenerativas.
As células-tronco retiradas de embriões são consideradas mais maleáveis e poderosas, mas muitos se opõem às pesquisas com esse material por causa da necessidade de destruir os embriões.
Nesta semana, um juiz federal dos EUA concedeu liminar proibindo o uso de verbas públicas em pesquisas com células-tronco embrionárias.
As doenças hepáticas são a quinta principal causa de mortes nas nações desenvolvidas. Só nos EUA, são cerca de 25 mil óbitos anuais, e na Grã-Bretanha pesquisadores afirmam que a incidência entre jovens e pessoas de meia idade aumenta 8 a 10 por cento ao ano.
Rashid disse que, apesar de 40 anos de tentativas, os cientistas nunca haviam conseguido desenvolver células hepáticas em laboratório, o que tornava extremamente difícil as pesquisas sobre as doenças do fígado.
Devido à escassez de doadores de fígado, é urgente encontrar alternativas aos transplantes, disse Rashid.
O novo estudo aponta a possibilidade do desenvolvimento de novas drogas, ou de uma terapia à base de células - em que as células dos pacientes com doenças genéticas são "curadas" e transplantadas de volta para o organismo.
As doenças hepáticas podem ser herdadas, ou causadas por abuso do álcool ou infecções como a hepatite.
Para o estudo, a equipe de Rashid pegou amostras da pele de sete pacientes que sofriam de várias doenças hepáticas genéticas, e três de pessoas saudáveis, que serviram como comparação.
Eles reprogramaram as células cutâneas para se transformarem nas chamadas células-tronco pluripotentes induzidas, e então as reprogramaram para gerar células hepáticas que imitavam diversas doenças do fígado dos pacientes. Os cientistas usaram a mesma técnica para criar células hepáticas saudáveis a partir do grupo de comparação.

Menino recebe traqueia feita com células-tronco

Um garoto britânico de dez anos de idade tornou-se a primeira criança a receber um transplante de traqueia feita com células tronco, disse nesta sexta-feira o hospital Great Ormond Street Hospital for Children, em Londres, que realizou a cirurgia esta semana. Os médicos dizem que o garoto respira normalmente.


Os médicos britânicos e italianos responsáveis pelo transplante inédito esperam que o procedimento reduza em muito o risco de rejeição já que o sistema imunológico do garoto não deve repelir a nova traqueia.
Esta foi a primeira vez que uma traqueia inteira foi transplantada.

Condição rara
Do órgão doado, foram retiradas células do doador, deixando apenas a armação de colágeno. Foram então injetadas células-tronco do garoto na armação.
Os médicos esperam que no próximo mês as células-tronco se transformem em células especializadas que formem o interior e o exterior da traqueia.
O garoto apresenta estenose traqueal congenital, uma malformação rara caracterizada pelo baixo calibre da via aérea. Quando nasceu, sua traqueia media apenas 1 milímetro de largura.
"É como respirar através de um canudo", afirmou o comunicado do hospital.
O pesquisador italiano de células-troco, Paolo Macchiarini, do hospital Universitário de Florença fez parte da equipe médica.

EUA começam tratamento com células-tronco

 


Começa tratamento com células-tronco


O primeiro ser humano a ser tratado com células-tronco embrionárias é um paciente de Atlanta, na Geórgia (sul dos EUA), que se tornou paraplégico depois de uma lesão na medula espinhal. Trata-se da primeira entre cerca de dez pessoas com paralisia que receberão o tratamento experimental, oferecido pela empresa americana Geron, nos próximos meses. A identidade do doente não foi revelada por enquanto.

Resultados de células embrionárias sairão em meses

 


Resultados de células embrionárias sairão em meses

Os primeiros resultados do inédito teste de células-tronco embrionárias em seres humanos devem estar disponíveis dentro de alguns meses, segundo afirmou ontem o coordenador da experiência, que pode revolucionar os tratamentos médicos. Richard Fessler não deu muitos detalhes sobre a divulgação dos resultados, mas confirmou que o primeiro paciente já recebeu a injeção de células-tronco embrionárias.
Demoraremos pelo menos oito meses para completar esta primeira etapa. É assim que avaliamos se o método é seguro
O material, convertido em laboratório em precursoras de células nervosas, atuará na medula espinhal do voluntário, que sofreu um trauma na coluna há menos de duas semanas. O transplante, anunciado na segunda-feira, marcou a largada dos primeiros testes clínicos com as células embrionárias. A fase inicial da pesquisa deve durar oito meses - cada qual dedicado a um participante do estudo.
Os testes clínicos são conduzidos no Shepherd Center, em Atlanta, nos EUA, com gerenciamento da Geron Corp. Richard Fessler ressaltou ontem que a seleção dos pacientes será rigorosa, e que os candidatos que preencherem todos os requisitos só terão 11 dias para decidir se querem ou não submeter-se à terapia experimental.


Pacientes terão advogados para evitar pressões
Sete centros de pesquisa do país estão aptos para cadastrar interessados em participar do experimento. Os médicos podem recomendar pacientes que tiveram a coluna esmagada, mas não partida, em um intervalo inferior a duas semanas. Os candidatos também não podem ter infecções ou histórico de câncer.
A etapa seguinte avaliará se as hastes metálicas ou parafusos usados na estabilização da coluna do paciente obstruem a visão da medula em um aparelho de ressonância magnética.
Se estas condições forem preenchidas, o paciente pode receber as células embrionárias. Desde, é claro, que ele não tenha qualquer resistência pessoal ao tratamento. Os candidatos têm 11 dias para resolver eventuais conflitos éticos ou religiosos. O prazo, segundo Fessler, não é arbitrário.
- Temos de fazer os testes até duas semanas após o ferimento. São três dias de exames pré-operatórios. Portanto, a decisão precisa sair até 11 dias depois da lesão - calcula.
Logo depois da injeção, que conta com cerca de 2 milhões de células, os pesquisadores buscarão sinais de toxicidade no paciente.
- Vamos esperar 30 dias para ter certeza de que não houve reações adversas - explica. - Só depois é que partimos para o paciente seguinte. Portanto, demoraremos pelo menos oito meses para completar esta primeira etapa. É assim que avaliamos se o método é seguro. Depois, tentaremos saber se ele surtiu algum efeito.
Os médicos acompanharão os transplantados enquanto eles estão sob efeito de medicamentos para suprimir seu sistema imunológico (evitando que o organismo rejeite a injeção). Esta etapa se estende por 45 dias após a cirurgia.
Os pacientes serão monitorados por 14 anos, período em que os médicos vão procurar por avanços motivados pela injeção das células-tronco.
- Considerando o estágio inicial dos transplantados, não espero qualquer progresso motor ou sensorial em meses - avisa Fessler.


Terapia no Brasil pode pular etapas fracassadas
O estabelecimento de um mês de espera entre cada transplante agrada Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco em Doenças Genéticas, da USP.
- Se houver qualquer reação adversa, ela acometerá apenas uma pessoa, e não os oito pacientes simultaneamente - lembra. - Os reparos serão feitos no decorrer desta primeira fase.
Embora o objetivo inicial seja testar a segurança da injeção de células-tronco, Mayana gostaria que mais dados sobre a terapia fossem divulgados para a comunidade científica. A Geron Corp, no entanto, deve manter o resultado dos testes clínicos em sigilo. A identidade do primeiro transplantado tampouco foi revelada.
- Seria interessante ter acesso a mais informações. Ainda assim, valeu a pena lutar pelas células-tronco - comemora. - E os pacientes brasileiros não devem achar que estão perdendo alguma coisa. Quando chegar a vez de trazer o método para cá, vamos poder pular as etapas que não surtiram o efeito desejado nos EUA.
(*) Com agências internacionais
Fonte: O Globo

Cientistas veem retrocesso na discussão moral sobre o aborto

 

MEDGADGET.COM
 Células-tronco embrionárias são as únicas do organismo com capacidade de se multiplicar sem limite

Para os pesquisadores, a ênfase à questão expõe conservadorismos, mas ainda não põe em risco avanços científicos, como pesquisas com células-tronco

Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual 

A intensidade com que assuntos morais figuram na pauta dos candidatos à Presidência da República é um retrocesso, na opinião da imunologista Milena Botelho Pereira Soares, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia. “Questões como aborto não deveriam ter espaço na agenda dos candidatos. Cabe a eles discutir as propostas que têm”, critica.

A cientista, que investiga meios de utilizar células-tronco da medula óssea ou cardíacas no tratamento de males causados ao coração pela Doença de Chagas, não acredita, no entanto, que a onda de conservadorismo prejudique pesquisas como as que ele desenvolve.
A visão é compartilhada pela geneticista Lygia da Veiga Pereira, do Instituto de Biociências da USP, responsável pela criação da primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias humanas extraídas de embriões congelados em clínicas de fertilização, que as jogariam no lixo.

O uso de embriões nas pesquisas é amparado por lei”, afirma a geneticista. A lei em questão é o artigo 5º da lei 11.105/05, conhecida como Lei de Biossegurança, que permite o uso de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro que não foram usados no respectivo procedimento.

Segundo as cientistas, a grande confusão que se faz entre células-tronco e aborto está relacionada a aspectos filosóficos e religiosos sobre o início da vida. Seja como for, conforme elas, estudos apontam para fontes de células que, além de versáteis como as embrionárias, não apresentam problemas, como a geração de tumores.

O tema do aborto emergiu no debate eleitoral em função de uma movimentação de setores da Igreja Católica e de igrejas evangélicas que acusam o PT e a candidata Dilma Rousseff de serem favoráveis ao aborto. A legenda se posiciona sobre a discriminalização de mães que recorrem à prática, sem alterar a legislação em outros pontos. Porém, a pressão levou a concorrente governista à Presidência a assumir compromissos de não fazer alterações na lei em temas sensíveis para esses setores.”


Fonte: Brasil Brasil

As células-tronco no tribunal

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem 20/06/08, por seis votos contra cinco, as pesquisas com células-tronco embrionárias. Desta forma se tornou improcedente a ação de inconstitucionalidade que questionava o artigo 5º da Lei de Biossegurança aprovada em 2005.
De agora em diante são legais as pesquisas com embriões que estejam congelados há mais de três anos e com autorização dos doadores apenas para o tratamento de doenças degenerativas.
A aprovação dessa lei pode beneficiar toda a sociedade, mas é bom lembrar que as células-tronco não podem resolver todas as doenças e seu uso deve ser estritamente para fins terapêuticos. O fato é que o tratamento e a cura de doenças através destes embriões pode ainda estar bem distante, mas com a legalidade das pesquisas as chances de aprimoramento da medicina regenerativa são muito promissoras.
É importante salientar que o uso dos embriões foi liberado apenas para pesquisas e deve-se tomar muito cuidado com possíveis “charlatões” oferecendo tratamento com células-tronco embrionárias, o que ainda não existe no Brasil e em boa parte do mundo. Há um longo caminho a ser percorrido, a técnica de manipulação de embriões deve ser aprimorada, o governo precisa aumentar o incentivo e os investimentos em pesquisas nessa área e todos os pesquisadores devem submeter seus projetos a comitês de ética de suas instituições e também ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) antes de começarem seus estudos. Por fim, muitos testes devem ser feitos, primeiro em animais e por último em humanos para comprovar que o tratamento dá resultado e só aí a tecnologia é homologada, o que pode levar anos.
O fato é que a esperança voltou e podemos, quem sabe, vislumbrar a cura de doenças como a distrofia muscular, o mal de Parkinson, o mal de Alzheimer, a esclerose múltipla, etc.
Quem viver verá!

Células-tronco 100% nacionais!

Não dependemos mais de tecnologia estrangeira. O Brasil já possui sua primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas!
Cientistas da Universidade de São Paulo - USP produziram a primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas do Brasil, batizadas de BR1. As células foram obtidas de embriões que estavam congeladosem clínicas de fertilização in vitro e que foram doados para pesquisacom a autorização dos genitores. É o primeiro resultado prático obtidono Brasil desde a legalização das pesquisas com embriões humanos, em
2005, pela Lei de Biossegurança - que foi questionada na Justiça e reconfirmada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com isso, nossos pesquisadores não precisam mais depender de laboratórios estrangeiros para realizarem seus trabalhos e conquistam uma importante autonomia nessa área de estudo. Segundo a geneticista Lygia Pereira do Instituro de Biociências da USP, que particiou da produção da linhagem, foram necessários 250 embriões para chegar nessa primeira linhagem. O ponto positivo é que a partir dela podem ser geradas muitas outras, pois estas células são “imortais”, podendo ser multiplicadas “in vitro” indefinidamente sem perder suas características pluripotentes

Implicações Éticas - Células tronco



Opinião dos cientistas:

Os cientistas chocam-se com a opinião da religião, pois para eles, a formação materialista, que, em geral, possuem uma visão utilitarista, o embrião não é uma pessoa. É apenas um agrupamento de células (blastócito), que, por não serem, até o quinto dia, diferenciadas, e por não ter-se desenvolvido o sistema nervoso, não é uma pessoa.

A visão ética segundo a bíblia:

O embrião já é uma pessoa. “Diante disso, não se pode banalizar a vida, mesmo de um ser em potencial, ainda não plenamente formado, no ventre de uma mulher. É preciso que o sentido sagrado da vida seja respeitado por todos os homens, em todos os tempos, lugares e situações”...
Produzir embriões, que são pessoas, para escolher apenas um, e descartar outros, é ação que contraria os princípios éticos emanados da palavra de Deus, consubstanciada na Bíblia Sagrada.

Questões éticas levantadas pela religião:
Para o cristão, no entanto, a pessoa começa a existir no momento da fecundação, ou da fertilização do óvulo, que se transforma em ovo, ou zigoto. A partir daí, na visão dos que seguem a ética cristã, já existe uma pessoa, que não pode ser manipulada, pois deve ter sua individualidade respeitada.
A Igreja Católica opõe-se firmemente ao uso das células embrionárias nas pesquisas, por ferir a ética e a moral cristã. São frutos de fecundação artificial, na gravidez assistida, em que vários embriões são experimentados, na fecundação do óvulo. Somente um é aproveitado. Os outros são descartados, congelados, ou jogados no lixo. E isso é contrário ao valor absoluto da vida. Os embriões descartados são semelhantes aos fetos abortados, pois, neles, já há um indivíduo em formação, mesmo um “individuo extremamente jovem”,

O que sào células tronco?

Embrião humano na fase de blastocisto, do qual se extraem as células-tronco embrionárias


O que são células-tronco?

Células-troncos são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele.

O que são células-tronco embrionárias?
Células-tronco embrionárias são aquelas encontradas em embriões. Essas células têm a capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo. São chamadas pluripotentes. É essa capacidade que permite que um embrião se transforme em um corpo totalmente formado. Cerca de cinco dias após a fertilização, o embrião humano se torna um blastocisto-uma esfera com aproximadamente 100 células. As encontradas em sua camada externa vão formar a placenta e outros órgãos necessários ao desenvolvimento fetal do útero. Já as existentes em seu interior formam quase todos os tecidos do corpo. Estas são as células-tronco de embriões usadas nas pesquisas.

O que são células-tronco adultas?
Esse nome é um erro, porque são encontradas em tecidos maduros, no corpo de crianças e adultos. As células-tronco de adultos são mais especializadas que as embrionárias e dão origem a tipos específicos de células. São chamadas multipotentes. Algumas pesquisas sugerem que as células-tronco adultas podem se transformar em tipos muito mais variados de células do que se supunha anteriormente.

Qual a fonte de células-tronco embrionárias?
Os cientistas geralmente obtém essas células de embriões descartados em clínicas de fertilidade. Os embriões criados pelo espermatozóide e óvulo de um casal -- e que não são implantados no útero nem destruídos pela clínica -- podem servir como fontes de células-tronco.

Quais os possíveis usos médicos das células-tronco?
As qualidades de transformação das células tronco podem representar tratamentos para muitas doenças que afetam milhões de pessoas no mundo. Por exemplo, uma injeção de células-tronco no cérebro de um portador de mal de Parkinson pode regenerar as funções dos neurônios do paciente e levar à cura. Outras terapias podem incluir diabete, mal de Alzheimer, derrames, enfartes, doenças sanguíneas ou na espinha e câncer.

Que outros usos médicos são possíveis?
Com o uso dessas células, os cientistas poderiam testar os efeitos terapêuticos e colaterais de drogas em tecidos humanos, sem ter a necessidade de utilizar animais. As células-tronco poderão também ser usadas no tratamento de problemas genéticos.

As células-tronco de embriões são melhores que as adultas?
Não se sabe por enquanto. Apesar de poder crescer em quantidade ilimitada em laboratório, as células embrionárias podem ser rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente quando transplantadas, podendo inclusive gerar tumores. Como as células tronco adultas oferecem a possibilidade de ser retiradas do próprio paciente, evita-se o risco de rejeição. No entanto, ainda há dúvidas sobre sua capacidade de transformação em outras células. Além disso, sua produção em laboratório na quantidade necessária é mais difícil.

A que a polêmica diz respeito?
Para algumas pessoas, como grupos religiosos e antiaborto, a destruição de um embrião é o mesmo que matar um ser humano.

As células-tronco são classificadas como:

-Totipotentes ou embrionárias - São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano.
-Pluripotentes ou multipotentes - São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas.
-Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos.
-Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido.

Quais as funções naturais das células-tronco no corpo humano?
Elas funcionam como células curingas, ou seja, teriam a função de ajudar no reparo de uma lesão. As células-tronco da medula óssea, especialmente, têm uma função importante: regenerar o sangue, porque as células sangüíneas se renovam constantemente.

Onde ficam as células-tronco?
As células-tronco totipotentes e pluripotentes (ou multipotentes) só são encontradas nos embriões.
As totipotentes são aquelas presentes nas primeiras fases da divisão, quando o embrião tem até 16 - 32 células (até três ou quatro dias de vida). As pluripotentes ou multipotentes surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida) - as células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa do blastocisto destinam-se a produzir a placenta e as membranas embrionárias.
As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal.
As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo.

O que torna a célula-tronco capaz de formar um tecido ou outro?
A ordem ou comando que determina, durante o desenvolvimento do embrião humano, que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em um tecido específico, como fígado, osso, sangue etc, ainda é um mistério que está sendo objeto de inúmeras pesquisas